Trabalho com Língua Portuguesa no 7º, 8º e 9º ano escolar da Escola Pedro Faria, em Cambuci. Meus alunos são como ostras, que necessitam do estranhamento para produzir... Aqui ficarão gravadas suas pérolas, os textos que extraem de suas profundezas dentro de uma sala de aula nem sempre adequada para extravasar sentimentos e ideias, mas eles conseguem!! A minha única tristeza é não ter tido essa ideia antes, muito antes... Aqui estariam obras de grande genialidade e que me deram imenso prazer...
segunda-feira, 5 de março de 2012
Seven years old
Proposta: Uma viagem pela infância
As sete anos de idade eu era estranha. Bem estranha. Recentemente eu havia levado um tombo do balanço e meu dente da frente ficou pendurado pela raiz. Fiquei bem feia, confesso. Tinha que me alimentar por um canudinho e não via a hora daquele dente cair e nascer outro novinho. Sim, para minha sorte, o meu dente era de leite.
Nessa idade, iniciei na Escola Pedro Faria e adorava mentir para todos. Acho que é instinto de criança fazer isso. Eu dizia que tinha um morcego de estimação, e que ele falava; dizia que a Banda RBD foi na minha casa e que eu iria montar minha própria banda porque meu pai havia me dado instrumentos. Besteira! A única coisa que meus pais haviam me dado naqueles dias foi um CD da Banda Rebelde. Era febre na época, como eu nunca vi igual. Meu nome sempre foi Beatriz, mas nessa época eu atendia pelo nome de Roberta. Pintava o cabelo com papel crepon e incorporava a ruivinha atrevida que ia ao ar todos os dias no SBT. Impossível lembrar de RBD e não se emocionar...
Época boa, só me submetiam a uma única responsabilidade: brincar. De boneca, Barbie, comidinha, programa de televisão, fotógrafa, modelo, etc. Eu podia ser o que quisesse, desde mãe até faxineira, sem passar pelo julgamento dos outros. Podia falar o que quisesse e dar a simples desculpa de ser criança demais para entender que certas coisas machucam.
Foi também a época em que surgiu uma mega-espinha em minha bochecha (a primeira e quase única) e acredite: eu fiquei feliz!!! Isso mesmo, achei lindo, sinal de maturidade e adolescência. Saía simplesmente por aí exibindo aquele bolotão vermelho inflamado com direito a pontinha amarela e tudo!
Três Espiãs Demais: adorava o desenho e amava brincar de imitá-las. Pulava pela casa com meu pula-pula (uma bola com "orelhas") toda contente.
E tcharans! Tive catapora! Só de lembrar me dá vontade de chorar, aquelas bolhas d'água em minha mão (que segundo minha mãe eram calos e me davam um bom motivo para me exibir) se transformaram em perebas vermelhinhas que se espalharam por todo o meu corpo e coçavam, como coçavam.
Também gostava de fazer dança do ventre com minha babá (inspiração na novela "O Clone" no ar na época), com direito a fantasia feita pela minha vó e tudo. Até alugar o Fórum para fazer um filme eu queria, é mole?
São essas e mais tantas... Mas o resto, pergunta para minha mãe que ela conta!
Beatriz Valente Vieira – 8º ano 2011
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