Trabalho com Língua Portuguesa no 7º, 8º e 9º ano escolar da Escola Pedro Faria, em Cambuci. Meus alunos são como ostras, que necessitam do estranhamento para produzir... Aqui ficarão gravadas suas pérolas, os textos que extraem de suas profundezas dentro de uma sala de aula nem sempre adequada para extravasar sentimentos e ideias, mas eles conseguem!! A minha única tristeza é não ter tido essa ideia antes, muito antes... Aqui estariam obras de grande genialidade e que me deram imenso prazer...
segunda-feira, 5 de março de 2012
Pedro, O engraxate
Pedro caminhava devagar. Mãos nos bolsos, olhando os pés. De vez em quando chutava uma pedrinha. Estava com treze anos, mas era pequeno e de pescoço fino. Era um cara de anjo com grandes olhos pertos e brilhantes. Pernas finas, não pareciam tão capazes de correr, nem os punhos treinados para valentes socos no nariz.
Pedro era engraxate. Não ganhava muito dinheiro porque na vila quase nenhum moço engraxava sapatos. Ele fazia ponto no bar ao lado do posto de gasolina que funcionava próximo à rodoviária.
Também engraxava sapatos dos professores da escola. Quando chegavam de automóvel, lá estava Pedro esperando. Já tinha freguesia; quinze minutos antes do almoço ele conseguia arrecadar mais do o que no restante do dia.
O chato era nas férias – os professores iam embora e a renda diminuía. Pedro afirmava que gostava mais dos professores do que das professoras.
_ Os homens usam sapatos; as mulheres usam sandálias, e sandálias você nunca engraxa. Porém, com as mudanças da moda, Pedro começou a ficar muito preocupado:
_ Isso está ruim! – pensou, coçando a cabeça – porque sapatos de pano você também não engraxa! Tomara que a moda do tênis não dure muito, não senhor!!!
Polyana Lima C. Gomes – 7º Ano 2011
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