sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Nostalgia...

Proliferação à Violência

Voltamos para casa depois de um exaustivo dia de trabalho. O carro passa por ruas desertas, de lojas fechadas a mando de traficantes que há muito já mantém o monopólio do poder. Pareceria domingo, se as praias não estivessem vazias. É o toque de recolher. A violência já alcançou tamanha dimensão extraordinária que assassina estudantes à porta das escolas. A globalização estreitou as barreiras do mundo e da sociedade abolindo a palavra "respeito" de nosso cotidiano.
De que nos importa Bagdá, a milhares e milhares de quilômetros de distância, se aqui, no Rio de Janeiro, convivemos com uma grandiosa e mortífera guerra civil?
É comum sair às ruas com medo de não voltar mais para casa. De tão frequentes, já nos acomodamos às desgraças. Somos vítimas de autoridades incompetentes e incapacitadas. Um assassinato a sangue frio à nossa dignidade.
Há poucos anos não era assim. Não havia grades, muros, carros blindados. De onde tudo começou? No princípio, os primeiros prédios a colocarem grades tinham feito isso para evitar que mendigos dormissem sob as marquises. Isso mesmo, não fora a violência, mas a miséria. Foi tudo uma questão de tempo para a pobreza evoluir e a necessidade transformar-se em brutalidade.

Camilla Vellasco - 7ª Série - 2003

Um comentário:

  1. Aline, o blog está incrível. Amei essa ideia de por textos de alunos mais antigos.
    Estou adorando !
    Mil Beiijos !!!!!

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